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Pintura de Leonid Afremov |

A peça aborda temas variados
como: a amizade, a religiosidade, o preconceito, a lei, a vingança, a piedade, a
justiça, a plenitude do amor, entre outros. Mas ao concluir sua leitura, o assunto
que considerei marcante foi a justiça.
Em relação à justiça cabe citar principalmente
o judeu Shilock, o qual almejava alcança-la defendendo a dignidade de seu povo
e de sua religião que constantemente sofrem atitudes preconceituosas pelos
venezianos cristãos. O excerto a seguir faz parte de um discurso que ele proferido
por ele:
“Sou um judeu. Então, um
judeu não possui olhos! Um judeu não possui mãos, órgãos, dimensões, sentidos,
afeições, paixões? Não é alimentado pelos mesmos alimentos, ferido com as
mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido e
esfriado pelo mesmo verão e pelo mesmo inverno que um cristão?”
Inicialmente nutri certa
antipatia por Shilock e o julguei portador de um caráter perverso, por insistir
em cobrar a libra de carne de Antônio. Porém com o desenvolvimento da peça,
percebi que sua personalidade e suas atitudes forjaram-se através das maldades
que ele sofrera ao longo de sua vida.
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Al Pacino como o judeu Shilock no filme O Mercador de Veneza (2003) |
Enfim, O Mercador de Veneza nos
faz refletir sobre os valores sociais que utilizamos em nosso dia-a-dia e até
onde nossas opiniões e nossas razões estão realmente corretas e dignas, para
serem aplicadas às outras pessoas, sem que essa ação seja deturpadora da
justiça e do bem estar não apenas nosso, mas de toda a sociedade.
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